Eu sei. São meses se candidatando para cargos diversos no país/cidade que você está e até agora nada. Muitas vezes é um silêncio absoluta. Algumas um singelo “não foi aprovado”. E você pensa: “mas aquele trabalho era PERFEITO pra mim, eles nem me entrevistaram, o que rolou?”
É dureza, eu sei que é. Receber tantas respostas negativas abala nossa autoestima, e faz com que a gente pense que não somos o suficiente para fazer um trabalho que já estamos carecas de saber no Brasil.
No início das minhas buscas por trabalho no exterior, eu mandava 30 currículos para receber, as vezes, 1 resposta de entrevista. Era muito desafiador e frustrante. Após alguns anos, e melhorando minhas estratégias de busca, eu me candidatava para 5 vagas e recebia 4, quiçá, 5 convites para entrevistas.
O que eu fiz diferente?
Não posso vir aqui e dizer que foi uma coisa simples, porque não foi, não vou mentir pra você. Foi uma série de fatores que, juntos, ajudaram isso acontecer, sendo a minha autoconfiança o núcleo principal disso. Porém, dentre todas elas, existem 3 pontos que podem ser melhorados, e que, provavelmente, vão fazer diferença para a sua candidatura.
1. Cover letter fraca ou não existente
No Brasil, a gente não precisa enviar uma cover letter. Por conta disso, subestimamos a importância dela na hora da candidatura. Fazemos na coxa ( Quem nunca? Eu sempre no início!), escrevemos qualquer coisinha na esperança de ser o suficiente.
Pra ser sincera, nos meus anos trabalhando no exterior, sendo casada com um inglês (que era recrutador, diga-se de passagem) e com a minha experiência em RH, o que eu mais via eram cover letters mal feitas, de gente de tudo quanto é canto do mundo.
A realidade é que, nem sempre as pessoas sabem das artimanhas necessárias para fazer uma cover letter maneira, e isso tem um impacto direto na sua candidatura. A cover letter é a hora de você se destacar, explicando mais sobre suas experiências passadas, seus objetivos e o que você pode trazer de bom pra uma empresa.
Então, faça uma cover letter FORTE. É apenas 1 página mas precisa ser de auto venda, quase uma sedução para que aquela empresa te convidar pra uma entrevista.
2. Faltou alguma coisa no resume
Mais conhecido no Brasil como currículo, o resume precisa mostrar suas qualificações e experiência profissional, de forma que deixe bem nítido o profissional incrível que você é, e que sorte uma empresa terá de ter você como funcionário.
Mas, a maioria dos brasileiros, não sabe se vender nessa hora. Ser imigrante é dureza e gera insegurança, e isso, muitas vezes, pode acabar transparecendo no seu currículo. O que noto pelos meus alunos, é que, depois de ficar tanto tempo trabalhando fora de suas áreas, as pessoas esquecem como elas são incríveis no que elas fazem.
Além disso, as duas coisas que sinto que são de praxe de não serem colocadas no resume, e que são extremamente necessárias, são as Soft Skills e o Objetivo.
Objetivo: o que eu quero alcançar na minha carreira.
Soft Skills: habilidades e capacidades comportamentais.
Esses dois fatores fizeram uma puta diferença na hora da minha candidatura e, desde 2013, os dois estão lá, estampados, lindos, no meu currículo. Não tenho dúvida que me ajudou em diversas candidaturas.
3. Está se candidatando para o cargo errado
Na realidade, o cargo pode ser certo, mas, talvez, muito abaixo ou muito acima do que você realmente é capaz.
Me lembro que, por um bom tempo, fiquei me candidatando para os cargos iguaizinhos a um cargo que já estava fazendo há 4 anos, e simplesmente ninguém me queria. Eu não entendia porque!!! O QUE ESTAVA ERRADO COMIGO? Depois de algumas tentativas, finalmente, um recrutador me disse: “Você é muito qualificada para esse cargo e tenho esse outro cargo aqui para lhe oferecer”.
Meu queixo caiu, o chão estremeceu, e eu entendi que era hora de ir pra outro patamar.
O mesmo pode ocorrer de forma contrária. Talvez você tenha pouca experiência, ou nenhuma, no país em questão, e eles precisem disso devido ao tipo de mercado.
A única forma de saber isso é observando MUITO o que é pedido da vaga. Se o que é pedido pro cargo, é algo que você tem experiência boa, porém não muita, essa é a sua vaga. Se você tem tanta experiência que faz isso de olhos fechados, então tá na hora de crescer.
Como eu disse anteriormente, não são apenas esses 3 fatores. Existe uma porrada de coisa dentro disso que precisam ser avaliadas. São tantas que eu tenho um método inteiro pra ajudar com isso, que ensino meus alunos.
Mas, esses 3 pontos fizeram sim muita diferença nas minhas candidaturas, e acredito, de coração, que vai ajudar você também.
Seria ótimo saber se artigo te ajudou de alguma forma. Deixa algumas reações ou um comentário aqui embaixo pra eu saber que fez sentido pra você.