Trabalhando duro no exterior

Há alguns dias, estava conversando com um amigo sobre os perrengues que passamos no início de nossa vida no exterior. Ele, que acabou de se mudar para Portugal, pontuou alguns fatos que eu mesma não lembrava desse início de adaptação tão complicado.

Por conta disso, decidi fazer uma série de textos e vídeos sobre esses perrengues, pra relatar um pouco dessas experiências que passamos assim que nos mudamos.

E o primeiro “que perrengue” que gostaria de compartilhar é: o trabalho braçal!

Uma boa parte das pessoas que saem do Brasil e vão tentar a vida no exterior, mesmo em programas de intercâmbio, nunca tiveram a oportunidade, ou até mesmo a necessidade, de trabalhar em locais que exigem esforço físico aqui no nosso país.

Muitos de nós trabalham em escritórios, com o ar condicionado ligado o dia inteiro, e sentados em frente a um computador.

Quando chegamos em outro país, essa mamata de vida de escritório, normalmente, acaba. Claro que depende de muitos fatores, mas a grande maioria das pessoas acaba trabalhando no que consegue: fazendo faxina, levantando caixas em almoxarifados e afins.

E isso pode ser uma consequência de não saber o idioma fluentemente, do tipo de documentação em mãos ou até mesmo da falta de conhecimento sobre o local. Enfim…Devido a uma série de motivos, é esse o tipo de trabalho disponível.

E esse trabalho pesa tanto no físico quanto no psicológico. Você tende a ficar muito mais cansada, pois acaba utilizando muita energia. E, dependendo do país, adiciona o fator frio do cão, e você ficará realmente exausta (frio cansa mais e a falta de vitamina C nesses locais não colabora).

Pense que o trabalho será árduo e muito cansativo. Prepare o seu físico para esse tipo de trabalho. Sério mesmo! Comece a fazer exercícios, levantar peso, ainda aqui no Brasil enquanto você pode. Isso vai te ajudar, pelo menos um pouco, a ter um melhor preparo físico quando você chegar lá. E, consequentemente, você ficará menos cansada.

Então, saia daqui se preparando para o pior. Eu, mesmo falando inglês fluente, demorei um ano para ter a oportunidade de sair de uma loja e trabalhar em um escritório. Não conte sem saber que será diferente para você ou que você terá mais sorte.

Inclusive, acredito ser de extrema importância trabalhar com algo bem braçal no início de nossa vida no exterior. Nos ensina a valorizar muito todos os profissionais e a compreender que ninguém é melhor do que ninguém.

Dos perrengues que passamos no exterior, esse é, sim, difícil, mas também é um dos aprendizados mais valiosos.

Revisão de texto: Marcella Sarubi. É jornalista e diretora da Digital Lab, agência de content, inbound e marketing digital. É cozinheira amadora e leitora voraz. Gostaria de ler todos os livros do mundo.

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